BOMBAR NAS REDES: A JORNADA DISCURSIVA ATÉ A VIRALIZAÇÃO
Viralização. Análise de Discurso. Discurso jornalístico. Discurso digital.
Em um mundo cada vez mais digital, “viralizar nas redes” tornou-se um objetivo a ser alcançado por quem busca visibilidade, status e, consequentemente, aumento do faturamento. Estamos nos referindo a pessoas comuns, celebridades, empresas e, também, do telejornalismo. Quando um assunto, um vídeo, ou um meme ganha repercussão e chega a muitas pessoas rapidamente, na velocidade proporcionada no meio digital, fala-se que viralizou. Sendo assim, esta pesquisa se propõe a analisar, discursivamente, a construção dos efeitos de sentidos em situação de cobertura jornalística “ao vivo” quando algo inesperado acontece e viraliza. Nossa intenção é identificar os sentidos que são atribuídos a acontecimentos jornalísticos, veiculados em coberturas “ao vivo”, que viralizam na ordem do digital. O que buscamos, nesta pesquisa, é analisar a produção de imaginários no movimento discursivo a partir do imprevisto em relação à pauta de reportagem. Como se explica a viralização de algo que ocorre durante a cobertura ao vivo? Como podemos analisar, sob o prisma discursivo, os sentidos construídos por meio do equívoco, do inesperado, do inusitado, da surpresa? O que provoca tanta identificação entre os telespectadores que os motiva a replicar as cenas da televisão em suas redes sociais, grupos de mensagens e rodas de conversas? Essas são questões que buscamos responder nesta pesquisa, inscrita no quadro teórico-metodológico da Análise de Discurso (AD), de vertente francesa, fundamentada na determinação histórica dos processos de significação. Ao analisarmos trechos de coberturas jornalísticas ao vivo, focamos nosso trabalho na ordem e nos efeitos de sentidos produzidos pelos discursos dos conteúdos viralizados, por meio das práticas sócio-históricas materializadas na linguagem e na imagem. Dessa forma, esta pesquisa visa contribuir para expandir o entendimento da AD no contexto do telejornalismo digital, uma vez que a viralização de conteúdos abordados em telejornais não só amplia o alcance das notícias, como transforma as relações de poder entre mídia e público. Assumindo, assim, um papel ativo na construção da agenda mediática.