FIBROCIMENTOS REFORÇADOS POR MALHA E MICROFIBRAS DE ORIGEM VEGETAL
fibrocimento sem amianto; malha de juta e microfibra celulósica como reforço de fibrocimento; proteção das fibras celulósicas pelo processo da autoclavagem
A proibição do uso de amianto como reforço de fibrocimento em alguns países e a escassez desse mineral têm estimulado a pesquisa acerca da utilização de fibras alternativas em compósitos cimentícios. Os fibrocimentos com reforço de fibras alternativas ao asbesto, em especial as fibras naturais, consistem em uma alternativa eco-friendly e de baixo custo em função da disponibilidade e de serem oriundas de fontes renováveis. Por outro lado, a produção de fibrocimentos com fibras alternativas requer cuidados especiais para garantir a qualidade da interface entre a matriz e o reforço e também para minimizar os efeitos dos ataques alcalinos. As fibras naturais mais testadas em fibrocimentos são oriundas de sisal, juta, curauá, algodão, linhaça, cânhamo, rami, além do bambu e de plantas como eucalipto e pinus. A composição química das fibras naturais de origem vegetal (celulose, hemicelulose e lignina), além de ser responsável pela adesão com a matriz de cimento, é também suscetível aos ataques alcalinos, causando a degradação do reforço e a consequente diminuição da durabilidade do compósito. Esses dois fatores são os grandes desafios das pesquisas na área. Este trabalho tem o objetivo de analisar os efeitos da adição de dois reforços - malha de juta e microfibra de origem vegetal - na tenacidade de fibrocimentos. Para melhorar a aderência entre o reforço e a matriz, as fibras de juta receberam tratamento alcalino. Parte do cimento foi substituído por cinca de casca de arroz. A combinação de dois tipos de reforços vegetais e o pré-tratamento químico da malha de juta propiciaram melhor desempenho ao compósito, sobretudo ganho de tenacidade.