A linguagem nômade de Guimarães Rosa
Guimarães Rosa; Diferença; Filosofia; Recognição; Nômade.
A nossa pesquisa propõe a análise de alguns contos de João Guimarães Rosa sob as lentes de alguns conceitos da filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Partimos da investigação de alguns mecanismos envolvidos na construção da representação clássica e na produção de sentido a fim de compreender como esses processos se alinham à forma como as subjetividades foram forjadas. É nosso interesse refletir sobre o modo como a linguagem se inscreve nessa relação de poder e atua na promoção dos processos de subjetivação. Os textos rosianos são analisados com o intuito de apresentar as possibilidades que tal literatura encena para uma fuga da plasticidade subjetiva que se opera, sobretudo, às custas do puro ato recognitivo oriundo da representação clássica. Conceitos filosóficos como o rizoma, o movimento aberrante, o nomadismo, o espaço liso, o espaço estriado e o campo de imanência são desenvolvidos a fim de que se possa demonstrar a presença de uma linguagem nômade no texto de João Guimarães Rosa. A pesquisa analisa também a forma como a cultura dominante impõe seus estratos sob a égide de um poder que sufoca as potencialidades do ser e como tal tema surge na obra rosiana por meio de sua radicalidade de linguagem.