Vestígios de uma trajetória criativa: A comunidade fílmica e o limiar em Era o Hotel Cambridge
cinema brasileiro; desterritorialização; refugiados, imigrantes; Eliane Caffé
A tese analisa o filme Era o Hotel Cambridge de Eliane Caffé, o qual pode ser considerado, tal qual na definição de literatura menor de Deleuze, um cinema menor. Neste filme, as minorias, os personagens do exílio e do desterro, passaram por um processo de diáspora, atravessaram diferentes tipos de fronteiras e se estabeleceram, mesmo que por instantes, nos interstícios do espaço, das subjetividades, das corporeidades. Os personagens de Era o Hotel Cambridge, ficcionais ou não, têm pontos em comum: a desterritorialização e o não-pertencimento a um certo status social. De maneira geral, carregam identidades flutuantes e as marcas dos múltiplos deslocamentos por diferentes razões. São analisadas as fronteiras entre realidade e ficção, o espaço, os territórios, a coletividade e a comunidade no contexto do processo criativo do filme. O filme a ser analisado se passa, tanto na ficção quanto na realidade, em um edifício em São Paulo ocupado por diferentes grupos, entre eles desempregados, sem-teto, refugiados e imigrantes.