VESTÍGIOS DE UMA TRAJETÓRIA CRIATIVA: a comunidade fílmica e o limiar em Era o hotel Cambridge
Eliane Caffé; Cinema Brasileiro; Retomada; Cinema e Política; Comunidade.
Esta pesquisa analisa a questão das fronteiras, do exílio e da comunidade na construção da escrita e da produção do filme Era o Hotel Cambridge, dirigido por Eliane Caffé, roteirizado por Eliane Caffé, Inés Figueiró e Luiz Alberto de Abreu, com a participação de diferentes coletivos. Elaborado a partir de um espaço ocupado pelos sem-teto, refugiados, exilados, migrantes e imigrantes, por uma comunidade em construção, o filme evoca tensões estéticas, políticas e sociais. Procura-se compreender o período chamado de retomada do cinema brasileiro e as possíveis mudanças provocadas pelo estímulo às produções do ponto de vista estético. As relações estabelecidas em seu processo criativo são associadas a conceitos provenientes de reflexões filosóficas de Gilles Deleuze, Félix Guattari, Jean-Luc Nancy, Peter Pal Pélbart, Michel Agier e Marie-José Mondzain. O espaço e seus fluxos podem ser demarcados, perdidos, esquecidos ou reconfigurados. Nesse contexto, os territórios se desfazem e ressurgem ressignificados. Entende-se o filme como um território constantemente reconfigurado pelas relações que se territorializam e reteritorrializam no contexto do edifício ocupado. O espaço propicia diferentes configurações de comunidades, por meio do qual se reorganiza o processo criativo e as relações.