O Impacto da Toxicidade dos Fluxos de Ordens sobre a Liquidez dos Contratos Futuros de DI e Dólar Comercial
Toxicidade, VPIN, Liquidez de mercado, bid-ask-spread.
O aumento das transações em alta frequência e o crescimento do número de bancos de dados com informações tick by tick têm propiciado o aumento de pesquisas sobre microestrutura de mercado, principalmente as que tratam da liquidez de mercado e da assimetria informacional presente nas transações. Por causa disso, diversos estudos, instigados pela possível influência que a assimetria informacional exerce sobre a liquidez de mercado, passaram a buscar uma forma de identificar a ocorrência de assimetria informacional nos mercados. Uma dessas formas, o modelo Volume-Synchronized Probability of informed trading (VPIN), proposta por Easley, Prado e O’Hara (2012), mensura diretamente o grau de toxicidade dos fluxos de ordens, isto é, a probabilidade de haver assimetria informacional na negociação. Nesse sentido, esse trabalho teve como objetivo analisar o impacto da toxicidade dos fluxos de ordens (VPIN) dos contratos futuros de DI Futuro e de dólar comercial da B3 sobre a iliquidez de mercado (bid-ask spread) desses ativos. Para tanto, utilizou-se dados intradiários de janeiro a dezembro de 2018 e de um modelo de RLS. No que se refere a iliquidez dos contratos, mensurada por meio da proxy bid-ask-spread, os contratos de DI Futuro se mostraram mais líquidos do que os de dólar comercial, com médias de 1,4774 e 3,5731, respectivamente. No que toca a toxicidade, os contratos de DI Futuro tiveram 12.518 buckets, com média de 0,0073 e os de dólar comercial, 12475 buckets, com média de 0,0006. Em relação aos modelos estimados, os resultados para o DI Futuro demostraram uma relação direta entre toxicidade e iliquidez, corroborando com a hipótese de pesquisa. Já o modelo de dólar comercial mostrou uma relação inversa entre toxicidade e iliquidez, contrária a hipótese de pesquisa.