Investimentos em Projetos de Geração de Energia Distribuída Solar Fotovoltaica: impactos da tomada de decisão
Matriz Elétrica, Geração de Energia Solar Fotovoltaica, viabilidade econômica financeira e Simulação de Monte Carlo.
Atualmente, a matriz elétrica brasileira é predominantemente formada por hidroelétricas, com participação superior a 63%, o que causa enorme dependência climática, bem como acionamento de usinas térmica em momentos de racionamento, elevando o custo da tarifa. Por outro lado, observa-se que a fonte de geração de energia distribuída solar fotovoltaica, a qual o Brasil conta com recursos abundantes, como espaço territorial e bom nível de irradiação, ainda tem participação incipiente na matriz elétrica brasileira, em torno de 0,14%, conforme Balanço Nacional de Energia (2018). Desta forma, este estudo teve por objetivo estruturar uma modelagem de viabilidade financeira visando suportar a tomada de decisão em investimentos de geração de energia distribuída solar fotovoltaica, bem como propiciar uma análise dos impactos para a distribuidora de energia e para o Estado (Federal e Estadual). Para tanto, esta pesquisa foi desenvolvida por meio de uma investigação quantitativa, que contou com amostra de 1.973.766 de unidades consumidoras UC’s, em 773 munícipios de Minas Gerais, área de concessão da Cemig Distribuidora S.A., da faixa de consumo de 151kWh a 500kWh cujo período amostral foi o ano de 2018. A análise de viabilidade foi realizada considerando 3 perspectivas consumidor, distribuidora de energia e o Estado, com suporte dos indicadores financeiro Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e Payback, conjuntamente, com Simulação de Monte Carlos para variáveis: preço de equipamento e instalação, inflação e taxa mínima de atratividade. Ainda, de forma complementar foram realizados alguns cenários considerando variação no preço kw. Conclui-se, então, que na perspectiva do consumidor, para horizonte de 25 anos, que foi o adotado para fluxo de caixa, todas UC’s apresentaram viabilidade financeira, o menor PayBack e a maior TIR, por mesorregião, foram respectivamente 6,36 anos e 22,19%, ao se aplicar a SMC verificou-se tímida mudança positiva dos resultados, em torno 3% em relação ao cenário base. A análise na perspectiva da distribuidora e do Estado, contemplou além da SMC já realizada a proposição de cenários com redução e acréscimo do valor da tarifa, o que permitiu verificar redução da perda de receita e da arrecadação, bem como uma queda de performance dos indicadores financeiros, possibilitando discussão sobre trade-off entre redução de tarifa para retenção de consumidores no sistema atual versus aumento ou manutenção das tarifas e migração dos clientes para o sistema de geração de energia solar fotovoltaica.