Banca de DEFESA: ROSANE VICENTINA GOULART BELTRAO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ROSANE VICENTINA GOULART BELTRAO
DATA : 19/03/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 330 do Campus I
TÍTULO:

CORREIO FEMININO - A reconstrução da cena de enunciação do discurso feminino na escrita jornalística de Clarice Lispector 


PALAVRAS-CHAVES:

Análise do Discurso; coluna feminina; cenografia, ethos, design gráfico.


PÁGINAS: 59
RESUMO:

Nesta tese, o objetivo central é investigar a enunciação da profissional de imprensa que foi Clarice Lispector, no intuito de desvelar a reconstrução da cena enunciativa e do ethos discursivo no livro Correio Feminino, obra que, editada postumamente, em 2006, reúne parte de sua produção para colunas femininas, nos anos 50 e 60, em diferentes jornais. Este objetivo vincula-se a duas questões centrais que orientaram a investigação. A primeira surgiu do interesse por conhecer o modo como se dá a construção da cena enunciativa e do ethos discursivo nos textos que integram essa produção jornalística de Clarice Lispector. Partindo dos pressupostos teórico-metodológicos de Maingueneau (1995, 2001, 2004, 2008a, 2008b, 2014, 2015) e adotando sua concepção de que o gênero, como prática discursiva, deve ser abordado como um ritual socialmente convencionado e submetido a critérios de êxito, busquei analisar a coluna feminina a partir da observação da relação entre cena genérica e cenografia, para responder, assim, ao primeiro questionamento. A segunda questão relaciona-se ao livro Correio Feminino e à hipótese de que haveria a criação de uma outra cenografia cujo núcleo é o livro e seu processo de edição, mais especificamente o trabalho realizado pela organizadora do livro e pela design responsável pelo projeto gráfico da obra. Assim, considerando (i) que esse livro não se constitui em uma simples reprodução dos textos de jornal como outros livros que abrigam coletânea desse tipo de textos e, ainda, (ii) que o resgate dessa produção acontece por um processo de mediação ocorrido pela publicação dessa obra, permitindo que o texto se torne livro e se proponha como tal ao leitor, levantou-se o questionamento de como, nesse movimento, uma nova cena enunciativa é construída – hipótese que norteou esta investigação. Em busca das respostas para tais questionamentos, além da teoria de Maingueneau, tornou-se necessário um aparato teórico acerca da literatura sobre o livro e sua edição. Para tanto, trouxemos, para nossa discussão, teóricos como Chartier (2014, 2002, 1999, 1996), Hendel (2005), Gruszynski (2008), Genette (2009), dentre outros. Foi-nos, ainda, de fundamental importância, o trabalho de Aparecida Maria Nunes, pesquisadora, desde os anos 1980, das atividades de Clarice Lispector como repórter e entrevistadora, como cronista e colunista para que, no percurso da investigação, fosse possível responder a vários questionamentos e concluir os objetivos desta pesquisa, chegando, assim, à confirmação da hipótese que norteou este trabalho de pesquisa: em Correio Feminino, pela articulação de outras vozes – a da organizadora e da design responsável pelo projeto gráfico, verifica-se a construção de uma nova cena de enunciação, bem como do ethos – o especialista da obra de Lispector – que dela participa, para cumprir o propósito dessa obra: o de oferecer ao leitor de Clarice Lispector uma outra Clarice Lispector – a jornalista feminina.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - ANA MARIA NÁPOLES VILLELA - CEFET-MG
Externo à Instituição - APARECIDA MARIA NUNES - UNIFAL-MG
Externo ao Programa - JOSE DE SOUZA MUNIZ JUNIOR
Interno - LILIAN APARECIDA ARAO
Externo à Instituição - RENATO DE MELLO - UFMG
Notícia cadastrada em: 12/03/2019 09:42
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