CRIANÇAS E ADOLESCENTES ROM E A ESCOLA:
PROCESSOS EDUCATIVOS SOB O OLHAR DA INTERCULTURALIDADE
romani; ciganos; escolarização; interculturalidade
O presente projeto tem por objetivo pesquisar o processo de escolarização de crianças e adolescentes romani e suas percepções acerca da escola, buscando compreender os valores que essa população atribui à escola formal, bem como as razões que levam essas crianças e adolescentes a não serem matriculados, ou, se matriculados, a não permanecerem na escola. Pretende-se, ainda, dialogar com as práticas de ensino de Língua Portuguesa nas escolas tendo em vista a transmissão da língua romani dentro das próprias comunidades e considerando que os povos romani têm a língua como um elemento cultural importante para a identidade do grupo. Para isso, busca-se traçar um perfil histórico dessa parcela da população, frequentemente vista sob o olhar da discriminação e do anticiganismo, visando conhecer suas especificidades, pois acredita-se que o conhecimento é instrumento fundamental na superação do preconceito. Para desenvolver esta pesquisa, pauta-se na premissa de que a interculturalidade e a educação do entorno, vistas sob a ótica de Maher (2007), são essenciais para uma educação inclusiva que possibilite o diálogo entre culturas distintas, como é o caso das culturas cigana e não cigana que se dá na escola, objeto deste estudo. A escola é aqui considerada um lugar privilegiado para que ocorra esse diálogo, por ser um lugar de coexistência de pluralidades, onde, como afirma Edleise Mendes (2011), conflitos, tensões e afastamentos podem ser negociados, e o conhecimento é construído pela contribuição de todos, favorecendo assim, a construção de um novo espaço. Portanto, é um lugar onde preconceitos podem ser trabalhados e superados. Por meio de uma pesquisa qualitativa, construída por um olhar de alteridade, que busca escutar esse recorte populacional em seus próprios termos, espera-se que este estudo possa contribuir para a ampliação do debate sobre a escolarização de crianças e adolescentes romani, tema sobre o qual há poucos estudos publicados no Brasil, de acordo com Pinto (2010), e subsidiar a elaboração de projetos educacionais que contemplem as especificidades dessa parcela da população.