Restrição Financeira e Sensibilidade do Investimento ao Fluxo de Caixa em Empresas do Setor Elétrico Brasileiro
Sensibilidade investimento-fluxo de caixa; restrição financeira; setor elétrico; decisões de investimento; financiamento
Além das rotinas operacionais, o processo de tomada de decisões financeiras nas empresas envolve basicamente a análise de projetos que ofereçam a melhor relação risco-retorno e das fontes de recursos para financiar esses investimentos que, nessas condições, contribuam para a geração de valor à empresa. Nesse contexto, considerando o ambiente do tomador de decisão e a existência de imperfeições de mercado, os custos de financiamento, assim como o acesso a esses recursos externos, podem acarretar diversos níveis de restrições financeiras às empresas, que as tornam dependentes de recursos internos para execução de seus projetos. O objetivo deste trabalho foi analisar como as restrições financeiras influenciam a relação investimento-sensibilidade do fluxo de caixa de empresas do setor elétrico brasileiro no período de 2009 a 2019, por meio da análise de regressão quantílica com dados em painel. Com intuito de garantir a adequada especificação dos modelos, além do fluxo de caixa, foram adicionadas ao modelo econométrico as variáveis tangibilidade dos ativos, alavancagem financeira WACC, taxa de juros, valor de mercado e o Q de Tobin, representando as oportunidades de investimentos das firmas. Como critério de classificação a priori das empresas em grupos de restritas e irrestritas financeiramente foram utilizados os indicadores: distribuição de dividendos, tamanho da firma, retorno sobre o investimento (ROA), nível de governança corporativa e índice de cobertura de juros. Os resultados demonstraram que existe uma sensibilidade dos investimentos ao fluxo de caixa nas empresas do setor elétrico e que estes são impactados também pela taxa de juros e valor de mercado. Essas evidências não foram observadas para as variáveis Q de Tobin, tangibilidade, WACC e dívida.