A Divisão Sexual do Trabalho na Indústria Farmacêutica
Divisão sexual do trabalho, Relações sociais de sexo, Farmácia, Indústria farmacêutica, Mulheres farmacêuticas
A profissão farmacêutica é milenar, passando por diversos momentos históricos em diferentes cenários sociais, econômicos e políticos. Atualmente, devido às inúmeras mudanças em sua forma de organização é marcada por crescente feminização, dispondo de 10 áreas de atuações diferentes, vinculadas a mais de 130 especialidades, com atuação massiva de mulheres. Este trabalho teve o objetivo de analisar a divisão sexual do trabalho em indústria farmacêutica, situada na região metropolitana de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, a fim de colocar em evidência as relações sociais de sexo que permeiam o mundo do trabalho, notadamente, o campo da Farmácia. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, estruturada pela Linha 3 Processos formativos em Educação Tecnológica (PPGET/CEFET-MG), cujo método estudo de caso desenvolveu-se na perspectiva crítica dialética. Para isso, empreendeu-se revisões bibliográfica e documental, e pesquisa de campo, na qual, utilizou-se entrevistas semiestruturadas e diário de campo, e, o material produzido analisado à luz das teorias da divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo, oriundas da Sociologia do Trabalho Francesa, de base Materialista. Os resultados apontam a dupla jornada exercida no trabalho assalariado e no trabalho doméstico presente na vida das farmacêuticas pesquisadas como principal evidência das relações sociais de sexo que atravessam o campo da Farmácia, suscitando nessas mulheres, estratégias de resistência e enfrentamento comuns à profissão dedicada ao cuidado e à saúde.