ANÁLISE DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS APLICADOS À CALIBRAÇÃO DE ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO PARA AMBIENTES URBANOS
PET; UTCI; Calibração; Métodos Estatísticos.
A calibração de índices de conforto térmico para ambientes urbanos é feita por meio da utilização de métodos estatísticos, os quais correlacionam o valor numérico do índice com a resposta sobre percepção de sensação térmica das pessoas, visando determinar as faixas de conforto térmico. Estudos que visam à calibração do Índice de Conforto Térmico Universal (UTCI) e do índice Temperatura Fisiológica Equivalente (PET) são crescentes em muitos países. Porém, não existe atualmente uma padronização dos procedimentos a serem adotados durante o processo de calibração, notadamente no que se refere aos tratamentos estatísticos. Nesse contexto, o presente estudo busca analisar os métodos estatísticos mais utilizados na calibração desses dois índices com vistas a verificar qual dentre os métodos mais utilizados pela comunidade científica possui maior ajuste. Realizou-se um levantamento de estudos precedentes e verificação dos métodos estatísticos mais utilizados. Calibrações foram conduzidas no software R, utilizando três técnicas estatísticas mais citadas nos estudos precedentes e três escalas diferentes de percepção térmica (3, 5 e 7 pontos), para uma amostra de 3.630 respostas subjetivas provenientes de estudos anteriores no município de Belo Horizonte - MG, região de clima tropical. Em seguida, foi realizada uma comparação dos resultados obtidos e análise dos métodos estatísticos. Como resultado, foram levantadas 34 calibrações, envolvendo 50% das calibrações no cenário internacional. O índice PET e os métodos de análise de regressão linear, regressão logísitica ordinal e análise probit, respectivamente, alcançaram maior número de calibrações. A calibração pela regressão linear não se aplicou, pois não houve ajuste na base de dados em estudo de forma linear. As calibrações dos índices PET e UTCI pelo método de regressão logística ordinal atingiram uma amplitude de faixa de conforto térmico menor comparado à análise probit para 3, 5 e 7 pontos da escala de percepção térmica. No entanto, analisou-se que os limites dessas faixas de conforto térmico alcançaram valores muito próximos e, não houve variação impactante. Por meio da análise das medidas de qualidade do modelo (Bootstrapping e AIC) combinado ao número de pontos da escala de percepção térmica comprova-se que, a regressão logística ordinal para 3 categorias, tanto para o índice PET quanto para UTCI alcançou maior ajuste neste estudo.