Desenvolvimento e caracterização de filmes sanduíches de PLGA e Colágeno tipo I para uso oftalmológico como suporte em sistemas liberação de drogas
Filmes sanduíches, PLGA, Colágeno tipo I, liberação, drogas.
Pesquisas ao redor do mundo tem buscado desenvolver biomateriais com maior versatilidade de aplicações terapêuticas ou vantagens comparativas, e que proporcionem maior o conforto e adesão dos pacientes ao tratamento clínico. Dentre as aplicações desses biomateriais está o aprimoramento de sistemas de liberação controlada de drogas. Apesar do amplo uso de biomateriais poliméricos biodegradáveis na área oftálmica, por exemplo poli (ácido lático-co-glicólico) – PLGA, este polímero ainda não tem seu uso consolidado como suporte de liberação de drogas para fins terapêutico em tratamentos como antiangiogênicos oftálmicos bem como antiglaucomatosos, muito embora, o PLGA tenha seu uso preconizado na clínica médica como veículo de transporte de corticosteroides. O colágeno, bastante consagrado no desenvolvimento de biomateriais, possui características hidrofóbicas e estruturais, que permitem aumentar ou reduzir o tempo de degradação, além de proporcionar um bom elemento de base para filmes de PLGA. As metodologias de processamento desses biomateriais de PLGA/colágeno descritos na literatura, não apresentam performance biofuncional (degradação rápida e estrutura compactada), que o habilite para transporte de fármaco com função anti angiogênica (anti-VEGF), nas dosagens ou prescrições terapêuticas. Neste trabalho, serão desenvolvidos filmes na forma de uma blenda composta de 75% de PLGA e 25% de colágeno que possui uma degradação mais lenta, sendo o PLGA constituído por 75% PGA e 25% PLA. O aprimoramento da técnica de processamento permitirá obter estruturalmente maior controle sobre a incorporação de fármacos anti-VEGF, e sua biodisponibilidade no meio fisiológico ao longo do tempo de liberação dessas drogas, compatível com as indicações clínicas. Os filmes produzidos serão caracterizados pelos ensaios de Difratograma de Raio X (DRX), Espectroscopia de Raios X com Energia Dispersiva (EDX), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Termogravimetria (TG) e Espectroscopia no infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), e comparados com a literatura. Além disso, serão produzidos filmes incorporados com fármacos antiangiogênico (Ácido Rosmarínico) e antiglaucomatoso (Brimonidina), analisadas em Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC), para avaliar a taxa de liberação in vitro. Já foram processados preliminarmente filmes de PLGA/Colágeno através da metodologia de “sanduíche”, proporcionando uma microestrutura laminar complexa, que ao MEV apresentou aspecto provavelmente favorável ao armazenamento de drogas. Espera-se que as blendas PLGA/colágeno submetidas ao processamento proposto, devido a sua morfologia, possibilitem uma degradação mais contínua e prolongada, aprimorando as condições do tratamento (menos invasivos), com maior eficácia e duração, a um custo mais baixo, melhorando assim a adesão dos pacientes ao tratamento.