INFLUÊNCIA DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS DE RECOZIMENTO E DESESTABILIZAÇÃO NA RESISTÊNCIA AO DESGASTE DE UMA LIGA FERRO FUNDIDO BRANCO ALTO CROMO COM NIÓBIO
Ferro fundido branco alto cromo. Desgaste abrasivo. Nióbio. Tratamentos térmicos.
O grande desafio enfrentado pelas empresas é obter elevada produtividade com o mínimo custo. O desgaste abrasivo interfere significativamente na produção e nos custos das empresas, especialmente de mineradoras, provocando perda de componentes e equipamentos e resultando em um aumento do tempo ocioso de máquinas e dos custos de manutenção. O desenvolvimento de materiais resistentes ao desgaste abrasivo é o foco de muitas pesquisas. O ferro fundido branco alto cromo (FFBAC) tem sido amplamente utilizado, especialmente em rotores de bombas e placas de desgaste, devido às suas excelentes propriedades de resistência ao desgaste abrasivo. A adição de elementos de liga no FFBAC, como o nióbio, é utilizada com o objetivo de aprimorar as propriedades mecânicas e obter uma liga ainda mais resistente. O tratamento térmico de desestabilização é utilizado nas ligas de FFBAC com o objetivo de obter matrizes martensíticas de elevada dureza e resistência ao desgaste, sendo influenciado significativamente pelos parâmetros utilizados. O tratamento térmico de recozimento é utilizado para fins de usinagem do material e sua aplicação antes do tratamento térmico de desestabilização pode promover uma redução no tempo de desestabilização, devido à precipitação de carbonetos secundários. O presente trabalho constituiu na avaliação da influência de ambos os tratamentos térmicos na resistência ao desgaste abrasivo de uma liga FFBAC com nióbio. Foi verificada a presença de carbonetos NbC compactos que atuaram como barreiras de proteção para a matriz. O tratamento térmico de desestabilização possibilitou a transformação da matriz austenítica em martensítica, sendo que a aplicação do recozimento prévio intensificou a precipitação de carbonetos M7C3 e possibilitou a formação de um material com elevada dureza e resistência ao desgaste com apenas 0,5h de desestabilização, sendo que em materiais sem recozimento, a maior dureza apresentada foi com 3h de desestabilização. A variação do tempo de desestabilização entre amostras sem e com recozimento teve pouca influência na resistência ao desgaste do material, sendo que o fator determinante para obtenção de valores máximos foi a realização prévia do tratamento térmico de recozimento.