REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO EM MATERIAL ÁLCALI-ATIVADO COM USO DE CINZA DE BAGAÇO DE CANA DE AÇÚCAR COMO PRECURSOR
Material álcali-ativado; Reação álcali-agregado; Basalto; Cinza do bagaço de cana-de-açúcar
A Reação álcali-agregado (RAA) é uma patologia relacionada ao concreto que ocorre em consequência da existência de três fatores: a presença de óxidos alcalinos, geralmente sódio ou potássio, provenientes do cimento, minerais reativos encontrados em alguns tipos de agregados, e umidade. Os materiais cimentícios suplementares (MCS) são considerados bons inibidores para RAA, e são também contribuintes nos estudos de novos materiais que auxiliam a diminuição do clínquer e consequentemente auxilia no avanço rumo a sustentabilidade. Os materiais álcali-ativados (MAA) são constituídos a partir da ativação alcalina de aluminossilicatos sólidos. As matérias-primas podem variar de origem e composição, dando espaço a resíduos e subprodutos que existem em grande escala e baixa demanda. O método utilizado para investigação da RAA foi o ensaio acelerado de barras de argamassa estabelecido pela NBR 15577 (ABNT, 2018). A curva granulométrica do agregado utilizado, pó de pedra de basalto, foi obtida através de peneiramento e as características químicas, mineralógicas e microestruturais do agregado foram analisadas através dos ensaios de fluorescência de raios X (FRX) e difração de raios (DRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Foi analisada a expansão de barras prismáticas (25x25x285mm³) produzidas com cimento CP-V, agregado e água. As barras foram curadas por 30 dias em tanque térmico a 80ºC em água e NaOH, e apresentaram expansões de até 0,63% indicando alta reatividade do basalto. Diferentes formulações de argamassas de MAA foram produzidas contendo relação agregado/precursor 2,25 e ativador/precursor 0,6. Os precursores utilizados são: metacaulim (MC), escória granulada de alto-forno (EGAF) e cinza do bagaço de cana-de-açúcar (CBCA). A solução ativadora é composta de NaOH 8M e silicato de sódio (SS). As barras de argamassa de MAA foram armazenadas separadamente em água e solução de NaOH e serão analisadas quanto a RAA em ambas condições. Após 30 dias de cura acelerada as barras serão submetidas a teste de resistência a flexão. Com intuito de investigar se houve diferença nas propriedades das argamassas curadas em água e NaOH, as mesmas amostras serão investigadas. As partes restantes da ruptura no ensaio de flexão serão serradas em cubos de aresta 25mm e caracterizada quanto a resistência à compressão, absorção de água e microestrutura.