O MUNDO É TALVEZ
INTERPRETAÇÕES DO ESPAÇO EM A ROSA DO POVO E CLARO ENIGMA DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Carlos Drummond de Andrade; paisagem; poesia; espaço
Este trabalho propõe uma reflexão sobre as concepções de espaço apresentadas nos livros A Rosa do Povo (1945) e Claro Enigma (1951) de Carlos Drummond de Andrade, sob a perspectiva da criação. A partir de um interesse interdisciplinar, propomos o diálogo entre teóricos da Literatura e da Geografia para estabelecer inicialmente uma perspectiva da paisagem, tratada como análoga à imagem em processos de produção e de recepção do que compõe a visão. No limite entre os campos disciplinares surgem derivações da paisagem que se evidenciam como as noções de país e de viagem, temas recorrentes nas obras selecionadas. A transição das formas poéticas dos livros entre os períodos de publicação refletem as grandes transformações políticas e sociais que são próprias do poeta, mas também da sociedade e das cidades por ele abordadas. Tais lugares atravessam a vida e o mundo em constante reafirmação do ‘espacitempo’.