INTRODUÇÃO DAS LÍNGUAS NACIONAIS NO SISTEMA EDUCACIONAL FORMAL DO BENIN: análise de meio século de tentativas e proposta de soluções
Línguas nacionais beninenses. Política linguística. Decolonialidade. Educação em língua materna. Alfabetização. Ensino de língua materna.
A Republica do Benin é um país da África ocidental que foi colonizado pela França. Após mais ou menos três quartos de século de dominação francesa, o país se tornou independente em 1960. No entanto, como durante a época colonial, o francês é a única língua oficial e a única língua de ensino da educação formal pública do Benin até os dias atuais, apesar dos esforços que vêm sendo feitos desde pouco após o acesso à independência a fim de preservar e de promover as mais de 60 línguas locais, principalmente a iniciativa de introdução de algumas delas na educação formal nacional, que é a política linguística pela qual me interesso nesta pesquisa em andamento. Com efeito, o estudo que pretendo desenvolver visa a identificar as causas da falha das tentativas de introdução das línguas nacionais do Benin na educação formal do país desde a década de 1970 até hoje e apontar caminhos para solucionar os problemas. Para tanto, além de coletar dados documentais referentes à questão, intenciono conduzir entrevistas semiestruturadas com pessoas envolvidas nas ações da referida iniciativa. Os dados serão tratados por meio de técnicas da Análise de Conteúdo de Laurence Bardin e os resultados, discutidos à luz de uma matriz constituída por parâmetros definidos com base na lógica e por outros identificados na literatura sobre o assunto como fatores de sucesso ou de fracasso. Espero que os resultados revelem as causas do insucesso das tentativas de introdução das LN beninenses na educação formal nacional e que o referencial teórico no qual pretendo me basear me permita enxergar caminhos a apontar para contribuir para a resolução dos problemas.