Análise da influência do ambiente na dispersão de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika usando autômatos celulares
Dengue. Febre de chikungunya. Febre pelo vírus Zika. Autômatos Celulares. Modelo Computacional.
Dengue é uma doença transmitida por mosquitos do gênero Aedes e que, atualmente, gera grande preocupação com relação a seus efeitos na saúde pública. Além da dengue, o Ae. aegypti, que é frequentemente o principal transmissor da doença no meio urbano, transmite também a febre de chikungunya e a febre pelo vírus Zika no território brasileiro. Diante disso, este trabalho propõe simular computacionalmente a complexa dinâmica de algumas doenças transmitidas pelo Ae. aegypti por meio de um modelo baseado em autômatos celulares probabilísticos e modelagem baseada em agentes. Foram usadas imagens de satélite para a identificação dos elementos do ambiente (água, vegetação, solo exposto, residências e pavimentação) e criação da matriz de simulação. Os humanos e mosquitos são distribuídos nessa matriz, que representa a região de estudo. Considera-se que os diferentes sorotipos de dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e os vírus da febre de chikungunya e da febre pelo vírus Zika podem circular simultaneamente em uma mesma área. Testou-se cinco variações do modelo em duas áreas diferentes. Pelos resultados, foi possível inferir que houve diferença significativa quando se utilizou a distribuição dos pesos dos elementos do ambiente em escala probit. Ainda, foi possível verificar a existência de uma variação cíclica das doenças nas populações, conforme era esperado. O cálculo do número de reprodução basal mostrou que o estado do ambiente influencia na dispersão das doenças. Isso ressalta a necessidade de ações voltadas para a eliminação dos focos do mosquito no ambiente, como, por exemplo, o fornecimento de serviços de saneamento básico adequados e o cuidado com recipientes que possam acumular água. Assim, o modelo apresenta um grande potencial de uso como ferramenta auxiliar na saúde pública.