A Importância da Inteligência de Segurança Pública no Processo Decisório: a percepção por meio do olhar do gestor
Atividade de inteligência; Fundamentos da Análise de Decisão; Processos decisórios; Segurança Pública
A pesquisa teve por finalidade entender a relação entre e o gestor público e a atividade de inteligência, identificando como o tomador de decisão, no âmbito da segurança pública de Minas Gerais, percebe e utiliza a inteligência como instrumento de assessoria dentro do processo decisório. Pela teoria, abordou-se os fundamentos da análise da decisão propostas por Howard e Abbas e a racionalidade limitada proposta por Simon, relacionando-as com a literatura sobre a atividade de inteligência. O percurso metodológico foi desenhado em torno de uma pesquisa qualitativa de cunho descritivo e analítico. O procedimento técnico recorreu à pesquisa bibliográfica e documental. A coleta de dados foi realizada via entrevista semiestruturada aplicada a gestores que utilizam as informações do sistema de inteligência, tratados por meio da análise de conteúdo. A atividade de inteligência tem como escopo produzir conhecimentos precisos e oportunos para assessorar o tomador de decisão em qualquer nível do processo decisório, sobre um amplo espaço do conhecimento sobre o qual seja necessário analisar o problema. Pelo ramo da contrainteligência, a atividade visa proteger a organização no cumprimento de sua missão institucional, monitorando as principais ameaças. No processo decisório, os resultados apontam que a Inteligência de Segurança Pública amplia a visão que o tomador de decisão tem sobre o problema e suas alternativas disponíveis, propiciando mais eficiência no uso dos limitados recursos e resultando em uma decisão mais acertada por parte do gestor. A assessoria da inteligência auxilia na mitigação da racionalidade limitada que o tomador de decisão enfrenta. A falta desses conhecimentos de inteligência aumenta o risco de não atingir os resultados almejados. Porém, essa atividade, em geral, é pouco conhecida pelos tomadores de decisão no âmbito da segurança pública, com exceção dos que tiveram a oportunidade de trabalhar nela durante sua carreira, antes de ocupar cargos de gestão na alta hierarquia da instituição. Isso faz com que a própria atividade de inteligência tenha que mostrar sua importância e finalidade aos gestores sob o risco de serem ignorados ou afastados do processo decisório.