DESENVOLVIMENTO, OTIMIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA ANALÍTICA APLICADA À CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA PARA CARACTERIZAÇÃO DO RADIOFÁRMACO PSMA-1007 ( 18F).
radiofármaco, PSMA, Controle de Qualidade, CLAE
No Brasil o câncer de próstata é o segundo tipo de tumor maligno mais incidente no sexo masculino e se detectado precocemente a chance de cura aumenta de forma significativa. Na medicina nuclear, os radiofármacos têm sido amplamente utilizados para fins diagnósticos e/ou terapêutico da doença, como por exemplo em exames de Tomografia por Emissão de Pósitrons e Tomografia Computadorizada (do inglês Positron Emission Tomography and Computed Tomography, PET/CT). Quando administrado no paciente, o radiofármaco se direciona a um órgão de interesse pela função fisiológica ou fisiopatológica da doença. O Antígeno de Membrana Específico da Próstata marcado com 18F (do inglês Prostate Specific Membrane Antigen PSMA-1007(18F)) é um novo radiofármaco que possui um radionuclídeo emissor de pósitrons e utilizado para fins diagnósticos. Nas células prostáticas cancerosas o PSMA está superexpresso, logo as moléculas de PSMA marcadas com 18F irão se ligar com alta afinidade a elas. O acúmulo PSMA-1007(18F) nessas células permite a obtenção de imagens PET revelando a presença do tumor, bem como sua extensão e agressividade. A síntese desse radiofármaco é realizada via substituição nucleofílica, onde o fluoreto radiomarcado (18F-) ataca o precursor da reação C54H64F3N9O18, e para que sua utilização seja segura a ANVISA preconiza testes de controle de qualidade que atendam às Boas Práticas de Fabricação estabelecidas pelo órgão regulador.
Visando otimizar o controle de qualidade, foi desenvolvido um método analítico implementado na Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) para determinação da pureza e identificação radioquímica das marcações. O método elaborado no presente trabalho, em relação à metodologia anteriormente desenvolvida pelo grupo que era baseada na Farmacopeia Europeia, apresenta algumas vantagens como a substituição do solvente orgânico por um mais barato, de mais fácil aquisição e de menor toxicidade; a mudança do solvente aquoso por um que não contenha tampão evitando o entupimento de coluna. Podemos destacar ainda a diminuição do tempo de corrida de 21 minutos para 10 minutos. Como consequência houve um menor consumo de solvente, menor geração de resíduo químico, custo do experimento e riscos para saúde, resultando em um processo mais sustentável.