EDIÇÃO DE SI: MULHERES, EDITORAS, INDEPENDENTES E AS PROJEÇÕES DE SI
Mulheres na edição; Editoras; Narrativas de vida.
A presente tese é uma Análise do Discurso de editoras de livros, mulheres, independentes, de diferentes partes do globo, cujo corpus é composto de entrevistas semiestruturadas. O desdobramento desta pesquisa vem a partir da pergunta: o que essas mulheres projetam de si no sentido privado/público por meio de suas narrativas de vida e do catálogo de suas editoras? Acreditamos, a priori, que os produtos editoriais finais são um reflexo daquilo que as editoras editam de si mesmas por meio de suas narrativas de vida, de seus biografemas (BARTHES, 2003). Como hipótese de pesquisa, apontamos como nas narrativas das editoras independentes é possível observar uma vida discursivamente e o fazer editorial entre aspectos da dimensão privada/íntima e público/profissional a partir do exame dos ethé (MAINGUENEAU, 2008) que elas projetam. A fim de elucidarmos os objetivos desta tese, explanamos os nossos propósitos que procuramos alcançar, de forma a compreender as possíveis relações de como a Edição de si se manifestam discursiva, memorial e editorialmente. Discursivamente, por meio de suas marcas enunciativas e suas projeções ethóticas; Memorialisticamente, refletindo os pré-discursos evidenciados e; Editorialmente, analisando seus produtos editoriais (seus catálogos). O nosso corpus, composto pelas editoras Constanza Brunet, da Marea Editorial (Argentina); Maria Mazarello, da Mazza Edições (Brasil) e Paula Anacaona, da Anacaona Edições (França), são tentativas de não mais silenciar nem apagar essas mulheres no cenário editorial, mais além, procuramos saber o que essas mulheres dizem para a Análise do Discurso e para o campo editorial, quais as representações do/a editor/a, da casa editorial e da mulher na edição.