A Aplicação do Building Information Modeling (BIM) na quantificação de resíduos de demolição.
Resíduos de Construção, Gestão da construção civil, Building Information Modeling.
A maioria dos resíduos provenientes do ciclo de vida das construções corresponde ao estágio da demolição, sendo crucial a sua quantificação para subsidiar um eficiente gerenciamento. Este trabalho apresenta uma revisão sobre os modelos de quantificação de resíduos de construção e demolição (RCD) a partir da literatura, em especial aos resíduos de demolição (RD). Foi identificado um atuante mercado secundário de materiais de demolição em Belo Horizonte, que configura uma “desconstrução rudimentar”. A pesquisa demonstrou que o licenciamento das demolições pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) estabelecida pelo Decreto municipal 13.842/2010 apresentam ativas características de fiscalização da atividade de demolição e de geração de receitas ao município, porém, permite ampla discussão quanto à sua efetividade na gestão dos RD. O uso de sistemas computacionais inteligentes como a tecnologia BIM (Building Information Modeling), que significa Modelagem de Informação da Construção, permite reflexões sobre o ambiente colaborativo, o compartilhamento das informações geradas e mantidas e os atuais processos da indústria da construção em todo ciclo de vida. A presente dissertação analisa a aplicação do BIM na quantificação volumétrica de RD, mais precisamente com a aplicação da ferramenta Quantity Take-off (QTO) do software Revit® 2017 - Autodesk, que corresponde a extração automática de quantidades de um projeto. O Revit® foi utilizado para a modelagem 3D das 13 edificações, objetos do estudo, sendo geradas as estimativas volumétricas de RD pelo programa, que foram comparadas com as estimativas de volumes reais de RD a partir da aplicação do método de visita indireto (MVI) e os volumes licenciados pela PBH. Inúmeras incertezas justificam as significativas diferenças verificadas entre as estimativas de volumes de RD geradas, ainda assim, os resultados demonstram que o QTO minimiza os erros advindos da extração de quantitativos tradicional baseados em projetos em 2D e proporciona inúmeros ganhos em produtividade, transparência e assertividade.