A História é uma ficção controlada
Memórias e silêncios na nação moçambicana
Literatura Moçambicana; FRELIMO; Ngungunhane
Este trabalho de pesquisa abordará os discursos de construção de identidade nacional moçambicana, feitos pela FRELIMO (a Frente de Libertação de Moçambique) nas décadas de 1970 e 1980, bem como a formação de vozes dissonantes em relação a esses discursos, como a obra Ualalapi, do escritor Ungulani Ba Ka Khosa. Após a guerra pela independência, a FRELIMO coloca a si mesma a tarefa de fundar as bases nacionais do país recém liberto. Para tal, a frente resgata a figura do chefe nguni que havia reinado sobre parte considerável do que viria a ser Moçambique: Ngungunhane. Assim como o soberano nguni havia resistido à tentativa de dominação portuguesa, sua memória seria exemplo para a resistência do povo moçambicano às denominadas ameaças externas. Por sua vez, Khosa, traz à tona uma memória de Ngungunhane que é também de dominação de outros povos que compõem a nação moçambicana.