Banca de DEFESA: POLLYANNA DE MATTOS MOURA VECCHIO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : POLLYANNA DE MATTOS MOURA VECCHIO
DATA : 29/11/2022
HORA: 11:00
LOCAL: RNP VIRTUAL
TÍTULO:

O DIREITO DE PUBLICAR: autopublicação e o advento das tecnologias digitais no mercado editorial brasileiro


PALAVRAS-CHAVES:

Autopublicação. Tecnologias digitais. Capitalismo de plataforma. Análise do Discurso. Narrativas de si.


PÁGINAS: 256
RESUMO:

Esta pesquisa investiga a autopublicação e o advento das tecnologias digitais no mercado editorial brasileiro, tendo como foco o autor autopublicado e sua projeção discursiva de si. A autopublicação é o ato de um autor publicar seu livro ou outro produto editorial de forma independente, em resposta a uma demanda própria, com ou sem a assistência de uma editora profissional ou plataforma de autopublicação e sem riscos financeiros para a empresa contratada (ARAÚJO, 2011; 2013; MÜLLER, 2017; JESUS; BLOTTA, 2018; JESUS, 2017; 2020; VECCHIO, 2020a; 2020b). Uma vez que o mercado editorial está permeado por imaginários socioculturais que reforçam o estereótipo do autor autopublicado como um profissional de menor valor, pelo fato de suas publicações não terem passado pelo crivo de uma editora convencional, entendemos que se trata de um profissional invisibilizado. Assim, esta pesquisa utiliza a Análise do Discurso de linha francesa para investigar um conjunto de entrevistas feitas com autores de ficção e poesia autopublicados em plataformas disponíveis no Brasil. Como metodologia, foi feita uma integração de métodos qualitativos e quantitativos de coleta e análise de dados, por meio de uma triangulação de técnicas de pesquisa, quais sejam: a) análise documental; b) questionário semiestruturado; e c) entrevistas em profundidade. Na análise documental, consideramos como corpus os contratos das plataformas digitais de autopublicação com os autores autopublicados. As entrevistas foram realizadas em duas fases: FASE 1 – um questionário semiestruturado online aplicado a uma amostra de 380 autores dentro do perfil desejado, a fim de desenvolver um mapeamento da categoria no Brasil; e FASE 2 – uma amostra de vinte entrevistas em profundidade, coletadas e analisadas com técnicas de narrativa de si (ARFUCH, 2010; BERTAUX, 2006), com o intuito de observar a projeção de si dos entrevistados e a forma como os imaginários sociodiscursivos oriundos do mercado editorial e das plataformas se manifestam em suas falas. A pesquisa tem como suporte teorias contemporâneas da Edição, a Filosofia da Tecnologia e estudos sobre o Capitalismo de Plataforma (SRNICEK, 2016). Em relação à análise dos contratos, revelou-se que há índices de precarização do trabalho na relação entre as plataformas e os autores, na esteira da plataformização do trabalho e da produção cultural. Em relação aos autores, as projeções de si dos entrevistados revelam, entre outros, os seguintes perfis: a) autores que não têm experiência no mercado editorial e se enquadram no perfil clientelista descrito por Müller (2017); b) autores que se submetem às lógicas algorítmicas de funcionamento das plataformas e produzem mercadoria cultural contingente (POELL; NIEBORG, 2018); e c) autores que demonstram uma visão crítica de si, de sua função como autor independente, do papel desempenhado pela plataforma dentro do mercado editorial e que se apropriam da tecnologia a seu favor, a fim de alcançar uma realização humana que aqui argumentamos que seja fundamental para muitos homens e mulheres, em todo o mundo e ao longo da história: o direito de publicar. Como resultado da pesquisa, buscando contribuir para melhor compreensão sobre a autopublicação digital no Brasil e seus desdobramentos para o futuro do campo da Edição, propomos e complementamos três concepções: 1) a Fast-Publishing, o modelo como o capitalismo de plataforma se manifesta no mercado editorial e na literatura; 2) o Coletivismo de Plataforma, um efeito colateral não previsto pela fase atual de desenvolvimento da tecnologia e que se baseia na sua apropriação e possível subversão por parte de seus usuários; e 3) o Autor-Editor, o perfil atual de um profissional que se torna editor na prática em função de sua atuação como autor autopublicado.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - JENNY TERESITA GUERRA GONZÁLEZ - UNAM
Externa à Instituição - ANA CLÁUDIA MUNARI DOMINGOS - UNISC
Presidente - ANA ELISA FERREIRA RIBEIRO
Externo à Instituição - CARLOS FREDERICO DE BRITO D''ANDREA - UFMG
Interno - CLAUDIO HUMBERTO LESSA
Externa à Instituição - MARÍLIA DE ARAÚJO BARCELLOS - UFSM
Interna - PAULA RENATA MELO MOREIRA
Notícia cadastrada em: 24/11/2022 14:11
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