METÁFORAS CONCEPTUAIS DA MULHER EM TRÊS OBRAS DE ZIRALDO: “UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA”; “THE SUPERMÃE” E “MENINAS”
Metáfora-conceptual. Mulher. Análise do Discurso. Ziraldo.
Esta pesquisa de doutorado em Estudos de linguagens tem como principais objetivos identificar e analisar as metáforas conceptuais da mulher em três obras de Ziraldo – “Uma professora muito maluquinha” (1995); “The supermãe” (1996); “Meninas” (2016) – a fim de compreender como o universo feminino é conceptualizado e representado nesses livros infanto-juvenis. Além disso, essa tese objetiva comparar as metáforas que emergem dessas obras considerando o teor semântico-ideológico e estabelecendo relações entre os conceitos e as metáforas nos referidos textos apresentando as particularidades e/ou similaridades de cada uma ao conceptualizar o feminino. Para isso, embasa-se nos pressupostos teóricos de Lakoff e Johnson (1980, 2002) no que diz respeito as metáforas verbais, mais precisamente, a Teoria da Metáfora Conceptual, bem como as metáforas multimodais, como define a Semiótica Social e, ainda, fundamenta-se na Análise do Discurso Francesa, com destaque para estudos de Pêcheux (1988, 1990, 1997), para analisar como os processos discursivos e imagéticos são construídos de modo a possibilitar que determinada ideologia (Marx e Engels, 2002) sobre a mulher se instaure na sociedade, por meio das metáforas. Os resultados apontaram para a ideia de que não existem metáforas absolutas, elas são culturais, portanto, o mapeamento torna-se relevante para certas civilizações e/ou ideologias. Por isso, se confirma a concepção experiencialista tanto dos pesquisadores Lakoff e Johnson assim como de Marx e Engels. Ao conceituar principalmente “ideologia”, esses pesquisadores apontam para a ideia de que apesar de haver certa sistematicidade cultural de valores, há frequentemente conflitos entre esses valores e, portanto, entre as próprias concepções metafóricas, uma vez que tanto os valores quanto as metáforas são construídos a partir da experiência no mundo de cada indivíduo. Nesse sentido, essa pesquisa apontou que apesar das metáforas não serem absolutas, elas emergem e se reforçam ou não em um determinado grupo social, pois elas afetam e são afetadas pelo contexto cultural no qual permeiam.