CARTOGRAFANDO RANDOLPH CARTER: entre monstruosidades e a busca onírica pela desconhecida Kadath
Lovecraft. Literatura. Monstruosidades. Diferença.
Esta experimentação dissertativa tem como objetivo cartografar a obra A busca onírica por Kadath, do escritor norte-americano Howard Phillips Lovecraft, para tentar compreender como as monstruosidades se articulam em seu plano de composição e como se relacionam com as suas figuras estéticas, sobretudo quando interagem com o protagonista Randolph Carter, que atravessa os diversos territórios de um mundo de sonhos em busca de sua maravilhosa cidade ao pôr do sol. Para tanto, nos aproximamos de alguns autores e teóricos que desenvolveram seus experimentos acerca dos monstros, das monstruosidades e de suas relações com os territórios (recepção e influência) em que eles se inserem. São teóricos tais como Michel Foucault, Judith Butler, José Gil, Jeffrey Jerome Cohen e outros. No entanto, é a partir do pensamento de Gilles Deleuze e Félix Guattari, suas ideias e seus conceitos que se voltam à criação de uma filosofia da diferença, que conseguimos estabelecer melhores relações com a obra de Lovecraft e com as suas monstruosidades, especialmente porque as criações desses filósofos da imanência nos permitem uma aproximação com as expressões de uma diferença, com as multiplicidades, com as intensidades e com o desconhecido (a novidade). Das conclusões, descobrimos que as escrituras de Lovecraft se abrem para um plano de imanência e nos revelam as suas intensidades composicionais, na medida em que as suas monstruosidades, enquanto figuras estéticas, se prestam a nos revelar uma expressão da filosofia de Deleuze e Guattari, que está ligada, necessariamente, à própria diferença.